Maricá, segundo dados do IBGE de 2012, tem 135 mil habitantes.
Levando em conta que estamos já quase em fevereiro de 2014, ou seja, quase dois anos depois do último censo do IBGE, Maricá já deve estar com aproximadamente 150 mil habitantes. Levando também em conta que estamos nas férias, onde veranistas e turistas co-habitam em Maricá em grande número, chegamos a um número preocupante de quase 300 mil pessoas em nosso município.
Não que territorialmente Maricá não suporte, não absolutamente, fisicamente temos espaço, mas Maricá não tem infra-estrutura para suportar esse grande número de pessoas.
A ida e vinda do Rio e Niterói é bem atendida pela Viação Nossa Senhora do Amparo, que em determinados horários (do rush pela manhã e à noite) chega a ter ônibus circulando de 5 em 5 minutos, todos com ar-condicionado.
Mas a ligação entre bairros é sofrível aqui em Maricá.
O terceiro e quarto distrito os problemas não são tão grandes, uma vez que a própria Viação Nossa Senhora do Amparo serve estes distritos a partir do centro da cidade e com várias linhas internas, ligando os bairros e sub-bairros com várias linhas de ônibus e boa frequência (ainda não a ideal em alguns momentos) e existe também uma boa oferta de transporte alternativo feito por vans autorizadas pela prefeitura, que ligam Inoã a Itaipuaçu e a diversos bairros e sub-bairros da região. O problema passa a ser grande depois das 22 horas.
Mas os que sofrem mesmo são os moradores do 1º e 2º distrito que dependem dos ônibus da Viação Costa Leste e do transporte alternativo feito pelas vans regulamentadas.
Embora hoje existam mais de 80 vans, a secretaria municipal de transporte informou em meados de janeiro, que apenas 51 estão autorizadas e com a documentação regularizada.
Ainda assim, o que se vê é o descaso e o desrespeito para com o usuário.
Infelizmente somos sabedores dos problemas nos ônibus (em péssimo estado de conservação) e na frequência de horários da Viação Costa Leste, mas as vans que segundo a SECTRAN deveria ser um transporte COMPLEMENTAR, na verdade é um transporte COMPETITIVO, pois as vans ao invés de circularem entre os horários dos ônibus, saem do ponto cinco minutos antes dos ônibus na tentativa de recolher maior quantidade de passageiros.
Resultado; muitas vezes vemos vans circulando com passageiros em pé e sem cumprir a determinação de pelo menos uma gratuidade. O que mais assusta é que circulam com passageiros em pé em estradas estaduais.
CATA CATA E VERMELHINHOS
O cata cata é nítido, desde a saída do terminal, onde um "fiscal" dá a "largada" da van no momento exato que o ônibus da Viação Costa Leste abre as portas para seus passageiros.
A prefeitura veio com uma pseudo solução, ao comprar 27 ônibus (10 chegaram em final de outubro e estão estacionados ao tempo no aeródromo municipal, uma vez que a EMPRESA MUNICIPAL DE TRANSPORTE COLETIVOS não existe, não tem endereço, funcionários e linhas definidas e segundo o secretário Leandro Costa, em fevereiro chegam mais 17) do tipo urbano, todos com acessibilidade, e ar condicionado, mas sem câmeras de segurança, validadores para os cartões e outros itens de segurança que segundo o mesmo secretário estão sendo licitados.
Como a empresa ainda não contratou seus funcionários (motoristas, cobradores, fiscais, pessoal de apoio, manutenção e administrativo), não tem endereço fixo e ainda não definiu as linhas, os veículos ficam parados no aeródromo municipal, sem servir a população como estava previsto nas promessas do prefeito.
Conclusão: moradores do 1º e 2º distritos estão a mercê de um transporte regular de péssima qualidade, de vans autorizadas mas sem fiscalização que fazem o que querem e esperando os vermelhinhos entrarem em circulação. Quando será?
Será?