sábado, 28 de janeiro de 2017

Prefeitura de Maricá fará contratação temporária na área da saúde


Em breve, a Prefeitura de Maricá divulgará um edital para realização de um processo seletivo a fim de contratar em caráter temporário funcionários para a área de saúde. O processo será aberto a partir do próximo dia 30.

De acordo com as informações, o edital estará disponível na secretaria de saúde e no site da prefeitura. Serão feitas duas avaliações de caráter eliminatório onde os candidatos passarão por critérios de avaliação. As entrevistas com os candidatos serão realizadas nos dias 3, 6, 7 e 8 de fevereiro, das 9h às 12h e das 13h às 17h, na Rua Domício da Gama, 291 – Eldorado – Maricá – RJ (Cine Teatro Municipal Henfil).

As vagas serão disponíveis para cargos de ensino médio/técnico e superior, com previsão de contratação de 10 técnicos de enfermagem com jornada de 24 horas com remuneração de R$ 1.282,94; 6 Auxiliares de farmácia; 5 enfermeiros; 6 enfermeiros rotina; além de coordenadores de engenharia clínica, fisioterapeuta, administrador e assistente social. Também haverá contratação de médicos plantonistas na área de clínica geral e pediatria.

Os candidatos deverão levar originais e cópias dos seguintes documentos: Identidade, CPF, Título de Eleitor, Comprovante de Votação na última eleição; Comprovante da formação profissional exigida para a função; Comprovante de regularidade junto ao respectivo Conselho de Classe, apresentando carteira profissional e/ou comprovante de pagamento da anuidade, conforme exigência da função; Certidão de Registro Civil (nascimento, casamento, divórcio/outro); Certidão de nascimento dos filhos menores de 18 anos; Atestado de bons antecedentes (Polícia Federal); Comprovante de Residência atual (Conta de água, luz ou telefone); Currículo Vitae, a ser anexado eletronicamente no momento da inscrição, cuja comprovação dar-se-á, obrigatoriamente, por ocasião da entrevista; Declaração de que possui disponibilidade de horários para o exercício das atividades na função; Requerimento de inscrição devidamente preenchido; Declaração de não acumulação de acordo com o artigo 37 da Constituição Federal. 

Marcelo Bessa - Itaipuaçu Site

BRASIL DE VOLTA PARA OS BRASILEIROS: SAEM CUBANOS ENTRAM MÉDICOS BRASILEIROS

Brasileiros vão ocupar 900 das vagas que eram de cubanos no programa Mais Médicos

Meta do governo é substituir 4 mil médicos cooperados por brasileiros


Profissionais brasileiros irão preencher, a partir de fevereiro, 900 vagas que antes estavam ocupadas por médicos cubanos no programa Mais Médicos. 
Lançado em novembro, o mais recente edital ofertou 1.390 vagas, das quais 1.378 serão ocupadas por médicos com registro profissional no Brasil. As 12 vagas remanescentes serão ofertadas novamente a médicos com registro no país em segunda chamada, prevista para o começo de fevereiro. 
Pela primeira vez, além da reposição de rotina, foram disponibilizadas vagas antes ocupadas por profissionais cubanos, que vieram ao Brasil por uma cooperação intermediada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). 
Desde que assumiu o cargo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que uma das prioridades de sua gestão era a substituição dos profissionais cubanos por brasileiros. Atualmente, das 18.240 vagas do programa, 62,6% são ocupadas por cooperados cubanos, 29% por brasileiros formados no Brasil e 8,4% estrangeiros e brasileiros formados no exterior. 
A meta do governo federal é substituir 4 mil médicos cooperados por brasileiros em três anos e, assim, reduzir de 11,4 mil para 7,4 mil participantes cubanos. A expectativa é chegar a 7,8 mil brasileiros no Mais Médicos, representando mais de 40% do total de profissionais.
Críticas 
Quando o Mais Médicos foi lançado, em 2013,  a maciça presença de médicos cubanos foi duramente criticada pelas entidades médicas brasileiras. Um dos motivos foi o fato de estes profissionais não terem registro nos conselhos regionais de medicina do Brasil. Além disso, os vencimentos deles são pagos ao governo cubano, que repassa ao profissional um valor menor do que o recebido por outros participantes do programa. 
Porém, apesar de os editais do programa sempre ter priorizado a contratação de brasileiros, a maior parte das vagas, muitas localizadas em áreas carentes e de difícil acesso, como Distritos Sanitários Indígenas, não atraíram o interesse de profissionais nacionais. Desde 2015, o governo tem apostado em novas estratégias para que os brasileiros participem do Mais Médicos.
Permuta e lotação 
Nesta primeira chamada, os profissionais puderam escolher quatro localidades de preferência e foram distribuídos conforme critérios de classificação constantes no edital, entre eles detenção de título de especialista e experiência na área de Saúde da Família. Entre os inscritos, 91% conseguiram ser alocados em sua primeira opção de localidade. 
Para os médicos que já atuam no programa, a partir deste edital o Ministério da Saúde ofereceu a chance de permuta de cidade. Por este mecanismo, o profissional que já está clinicando pode tentar a alocação em sua cidade de preferência. Caso o profissional não consiga permutar, ele permanece no município onde já havia sido alocado, sem risco de perda da vaga. O resultado dos pedidos de permuta com a alocação final está previsto para amanhã.
 
Após a lotação definitiva, os médicos deverão confirmar o interesse nas vagas, apresentando-se aos municípios. Os gestores deverão então validar o médico no sistema do programa até o dia 31 de janeiro, para que estes iniciem as atividades nas unidades básicas a partir do dia 1° de fevereiro.

SÉRGIO CABRAL QUER JOGAR M.... NO VENTILADOR!

Preso em Bangu 8, Cabral cogita delação premiada

Um dos motivos que o levaram a considerar o acordo, segundo aliados do ex-governador fluminense, é o ambiente hostil no presídio


Preso desde novembro do ano passado e alvo de mais uma investigação relacionada à Operação Lava Jato, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) quer fazer acordo de delação premiada. A intenção de colaborar e negociar uma pena menor em eventual condenação foi repassada a aliados próximos. 
Cabral foi preso no ano passado durante a Operação Calicute, suspeito de receber mesadas de até R$ 850 mil das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. 
Um dos motivos que o levaram a cogitar a delação premiada, segundo aliados, é o ambiente hostil no presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio, onde cumpre prisão preventiva. 
Cabral, dizem interlocutores do peemedebista, admite ter reduzidas chances de se livrar da prisão pelos caminhos tradicionais - via habeas corpus - por causa da quantidade de provas contra ele reunidas pela Procuradoria da República e pela Polícia Federal.  
Ele tem contra si três mandados de prisão, dois expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, do Rio - nas operações Calicute e Eficiência -, e um pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba.
No acordo de delação premiada, Cabral ainda pode tentar negociar responder as ações penais em liberdade. Benefícios que poderiam também ser estendidos à sua mulher, Adriana Ancelmo, também presa na Operação Calicute. Em dezembro, Moro aceitou a denúncia contra o ex-governador, a mulher dele e mais cinco. Eles se tornaram réus na Lava Jato.
 
Operação Eficiência
 
Ao apontar as ramificações internacionais de um suposto esquema de lavagem de dinheiro criado para escoar os valores desviados de obras no Rio, a Operação Eficiência pode ter acelerado a busca de Cabral por um acordo.
O ex-governador peemedebista vinha conversando com seus advogados sobre a possibilidade e havia fechado a troca do atual defensor, Ary Bergher, pelo criminalista Sérgio Riera.  
Riera foi o responsável pela delação premiada na Operação Lava Jato de Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos na Diretoria Internacional da Petrobrás. 
O criminalista nega ter sido contratado por Cabral. Segundo ele, seu trabalho, atualmente, está relacionado somente à defesa da ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral. Ela foi alvo de condução coercitiva na Operação Eficiência nesta quinta. 
A reportagem, entretanto, conversou com duas fontes com acesso ao núcleo de defesa de Cabral que confirmaram a escolha do político por uma negociação de acordo de delação. Essa fontes também informaram que o companheiro de cela de Cabral, o ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro Hudson Braga, é outro alvo da Calicute que já comunicou a Procuradoria e seus advogados sobre o interesse no acordo. Braga é apontado pela Polícia Federal como operador administrativo do suposto esquema criminoso ligado ao ex-governador do Rio. 
 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

ÁRVORE CENTENÁRIA CORTADA NO CENTRO DE MARICÁ


O subsecretário de Urbanismo e Meio Ambiente, Guilherme Motta, esteve nesta sexta-feira (27/01) na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro, para inspecionar o ingazeiro (ingas Vera), que fica na área de recreação. A árvore, antiga, estava com o tronco comprometido e pelo risco potencial de queda todo o local tinha sido isolado desde a véspera. Segundo Guilherme, infelizmente o corte será necessário devido as péssimas condições fitossanitárias, com presença de cavidade no tronco, cupim e parasitas. Ainda segundo o subsecretário um Ipê Rosa (Handroanthus heptaphyllus) será plantado imediatamente no mesmo local.

SÉRGIO CABRAL ESTÁ "DURO", E ADVOGADO DESISTI DE DEFENDE-LO

Advogado desiste de defender Cabral no PR: 'não está dispondo de valores'

Sérgio Cabral foi preso em desdobramento da Lava Jato em 2016.
Em nova operação, ex-governador é suspeito de receber propina de Eike.



O escritório dos advogados que defendiam o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em Curitiba, se retirou do processo, que é um desdobramento da Operação Lava Jato. Nesta sexta-feira (27), Beno Brandão afirmou ao G1 que a família disse que não teria condições de honrar com os honorários advocatícios.

Sérgio Cabral foi preso no dia 17 de novembro de 2016, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Calicute, que apura fraudes em licitações do governo fluminense.
Segundo as investigações, o grupo liderado pelo ex-governador recebeu propinas de diversas empreiteiras.

“A gente pega a procuração do cliente, damos aquele atendimento emergencial e daí vamos ver: ‘olha, esta causa vale tanto’. Apresentamos um valor para a família, a família demorou um tempo para nos dizer e, ao final, disse: ‘nós não temos, a família não está dispondo de valores”, explicou o advogado.

Na quinta-feira (25), Cabral foi alvo da Operação Eficiência, que investiga crimes de lavagem de dinheiro, que consistem na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões).

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o empresário Eike Batista - que é considerado foragido - pagou US$ 16,5 milhões em propina para uma organização criminosa chefiada pelo ex-governador. Outros oito suspeitos, incluindo Cabral, tiveram a prisão decretada.

De acordo com Beno Brandão, o escritório dele foi procurado em dezembro de 2016 quando Cabral foi transferido do complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Atualmente, Cabral está detido em Bangu 8. Ainda conforme Beno, ficou acordado que a família pagaria as despesas que foram realizadas até o momento.
“A família não teria condições de honrar. Não levamos calote”, acrescentou o advogado.

Operação Eficiência
A Operação Eficiência também é um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. O patrimônio ilícito do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) é, segundo o Ministério Público Federal (MPF), um "oceano ainda não mapeado".
Ao todo, foram expedidos nove mandados de preventiva (sem prazo para terminar), mas três dos alvos já estavam presos. São eles: o ex-governador Sérgio Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda, operadores de Cabral.

Ainda não foram presos Eike Batista e Francisco de Assis Neto, apontado como beneficiário de "vultuosos repasses de dinheiro ilicitamente obtidos" pela organização criminosa. Assis Neto foi subsecretário-adjunto de comunicação social do governo estadual.

Joias
Entre 2010 e 2016, as joalherias H. Stern e Antonio Bernardo receberam ao menos R$ 6,5 milhões da organização criminosa liderada por Cabral. As compras eram feitas em dinheiro vivo ou até mesmo no exterior através de contas em paraísos fiscais.
Em junho de 2015, foram comprados um anel de safira e um brinco de ouro branco com safira no valor de R$ 493 mil e de R$ 280 mil, respectivamente.

Marcelo Odebrecht presta depoimento para validar delação

Empresário está preso em Curitiba desde junho de 2015


O empresário Marcelo Odebrecht prestou, na manhã de hoje (27), depoimento ao juiz auxiliar Marcio Schiefler, que trabalha no gabinete do ministro Teori Zavscki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A oitiva foi na sede da Justiça Federal, em Curitiba.

O objetivo foi confirmar se o executivo, que está preso na capital paranaense desde junho de 2015, concordou por vontade própria e sem ser coagido, em firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) para fornecer detalhes sobre o esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht e a Petrobras. Outro executivo da empresa também foi ouvido por Marcio Schiefler nesta sexta-feira. 

Esta é uma etapa formal do processo para que a delação premiada possa ser homologada, isto é, para que se torne juridicamente válida. O ministro Teori Zavascki, que morreu na queda de um avião na semana passada, era relator da Lava Jato no STF e havia autorizado que seus juízes auxiliares colhessem os depoimentos de confirmação ainda em janeiro, durante o recesso do Judiciário. 

Os depoimentos haviam cessado após a morte do ministro relator, mas os juízes auxiliares do ministro foram autorizados, na última terça-feira (24), a retomar os procedimentos. A ordem partiu da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, a quem cabe decidir sobre atos urgentes durante o recesso.

Dezenas dos 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht que firmaram acordos de delação premiada com o MPF foram ouvidos nesta semana pelos juízes auxiliares de Teori Zavascki. Não é possível saber o número exato devido ao sigilo nos processos de homologação.

A expectativa agora é saber se a ministra Cármen Lúcia vai homologar, ela mesma, as delações da Odebrecht, como defendido por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ela tem até a próxima quarta-feira, 1º de fevereiro, para decidir se fará as homologações antes de definir quem ficará com a relatoria da Lava Jato no Supremo.


Caso queira, Cármen Lúcia pode homologar as delações de forma fatiada, uma vez que cada um dos 77 pedidos de homologação possui processos próprios. 

Dilma ataca Lava Jato e defende candidatura de Lula

A petista acusou o PMDB, do presidente Michel Temer, de "usurpador", e o partido político PSDB de "grande concebedor do golpe"


Durante seminário realizado em Sevilha, na Espanha, a ex-presidente da República Dilma Rousseff denunciou o golpe que sofreu no Brasil e dirigiu críticas à Operação Lava Jato. Ela usou o discurso no seminário internacional Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante para defender a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando que há uma tentativa de inviabilizar o petista via condenação judicial. 

A Operação Lava Jato, afirmou Dilma, usa o combate à corrupção como instrumento de luta política ideológica. "Há um desequilíbrio sistêmico entre os poderes, quando um poder desrespeita o outro, em decisões judiciais que se reivindica a justiça por medidas excepcionais alegando que para processo de investigação excepcional há que se ter medidas excepcionais." 

A ex-presidente afirmou que o recurso é usado pela força-tarefa da Lava Jato, dizendo que um procurador acusou o ex-presidente Lula sem provas, mas com convicção. "Isso é muito grave", disse. "Se é possível um impeachment contra uma presidente sem crime de responsabilidade, então o cidadão comum também pode ser objeto de acusações sem base de fato em crime", emendou.

Nas investigações, acrescentou, há interesses "iminentemente escusos em querer inviabilizar empresas". "Não digo que toda investigação seja assim, mas não pode ser assim. Digo que não se pode combater a corrupção como instrumento político de destruição do que eles consideram como inimigo. Um réu é um inimigo e um inimigo se destrói. A justiça do inimigo não se pode aplicar em países democráticos".

Governo Temer

A petista acusou o PMDB, do presidente Michel Temer, de "usurpador", e o PSDB de "grande concebedor do golpe". Comentando o governo peemedebista, Dilma criticou o teto de gastos e disse que a medida congelará os gastos públicos, inclusive saúde e educação, por 20 anos.

A ex-presidente contrariou também a reforma da Previdência e a proposta de flexibilização das leis trabalhistas apresentadas por Temer. Fazer com que uma pessoa contribua 49 anos para se aposentar integralmente, disse Dilma, é uma "tragédia". 

Eleições

Falando que o Brasil caminha hoje para um futuro incerto, Dilma disse que 2018, ano de eleições presidenciais, vai trazer de volta a democracia ao Brasil. Ela defendeu a candidatura do ex-presidente Lula falando que há "grande possibilidade" de ele ser eleito.

"Para os golpistas, ele é um grande perigo", comentou Dilma, afirmando que tentam inviabilizá-lo de disputar eleições com uma condenação. 

Mais cedo, em entrevista, Dilma afirmou que não será mais candidata à presidente da República e que o candidato será Lula. Para a ex-presidente, querem inviabilizar até mesmo as eleições diretas de 2018. A tentativa é realizar eleições indiretas, o que chamou de "o golpe dentro do golpe".

Sobre uma eleição indireta no Congresso Nacional, a petista comentou que "essa hipótese é mais longínqua. "Hoje eu acredito que é mais longínqua."


A campanha de Dilma e Temer em 2014 é alvo de investigação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), processo que pode levar à cassação da chapa e à retirada de Temer do poder, convocando eleições indiretas via Congresso Nacional.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Estado terá que reduzir R$ 9 bi de despesas e aumentar receitas em R$ 1,2 bi

Acordo fechado com União soma R$ 19,6 bilhões


Depois de meses de negociação, União e Rio de Janeiro fecharam um acordo para socorrer as finanças fluminenses. Os termos foram apresentados nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pelo governador Luiz Fernando Pezão, depois de uma reunião com o presidente Michel Temer.

— Assinamos, União e estado do Rio, um termo de compromisso visando encaminhar medidas legislativas que permitam o ajuste fiscal e o reequilíbrio financeiro do estado entre 2017 e 2019, podendo ser renovado no final do período — disse Meirelles.

Segundo Meirelles, o acordo prevê que a União encaminhe ao Congresso um projeto de lei complementar que prevê a criação de um regime de recuperação fiscal para os estados em crise. Esse regime flexibiliza regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), como a proibição de os estados tomarem empréstimos para quitar folha de pagamentos.

A ideia é que o novo regime sirva não apenas para o Rio, mas também para qualquer ente que precise de ajuda para reequilibrar suas finanças. O Rio Grande do Sul também já abriu negociações com o Ministério da Fazenda.

Já o Rio vai encaminhar à Alerj um projeto de lei com as medidas de ajuste fiscal necessárias para ser beneficiado pelo programa de recuperação fiscal acertado com a União.

— O que fizemos foi assinar um termo de compromisso em que a União se compromete a mandar um projeto de lei complementar ao Congresso prevendo alterações na LRF. O estado do Rio fará o mesmo com a Alerj. Uma vez aprovados os projetos, executaremos o plano de ajuste fiscal do Rio, que se compõe de alguns grandes pilares. O projeto a ser enviado ao Congresso pelo Executivo vai estabelecer o que deve ser mudado na LRF, mas que pode ser usado para o Rio e para outros estados.

O governador do Rio afirmou que espera que a Alerj seja sensível às medidas que precisam ser tomadas para reequilibrar as finanças do estado. Ele disse que o estado passou muito tempo dependendo apenas das receitas decorrentes da exploração do petróleo e aumentando suas despesas:

— O Rio é um estado que teve a maldição do petróleo. Sofremos com a queda do preço do barril. Temos hoje o segundo pólo siderúrgico do país, sendo que esse setor está numa crise. Os portos estão fechados. Isso pode e vai sensibilizar o Legislativo.

MEDIDAS SOMAM R$ 19,6 bilhões

As medidas do pacote de socorro financeiro ao Rio somam R$ 19,6 bilhões, informou o ministro da Fazenda. Isso inclui a suspensão do pagamento da dívida com a União e bancos públicos e privados, aumento da contribuição previdenciária, uma redução de despesas de R$ 9 bilhões e um incremento de R$ 1,2 bilhão nas receitas.

Entre as medidas para incremento de receitas estão o aumento de ICMS, com potencial de gerar R$ 360 milhões em 2017, e a criação de um fundo de incentivos em que empresas que recebem esses benefícios fiscais serão obrigadas a contribuir com 10% do incentivo. Esta última terá impacto de R$ 430 milhões.

Além disso, “uma série de mudanças na Previdência estadual”, sobretudo o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14%, com uma alíquota temporária de 8%, vai render ao estado R$ 3,2 bilhões.

Pelo lado das despesas, o ministro destacou que “uma parte importante” dos restos a pagar será deixada para anos posteriores.

— E existem outros itens, menores, como redução de secretarias, de autarquias — explicou.

PRIVATIZAÇÃO DA CEDAE

Meirelles informou ainda que o Rio terá que privatizar a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Os ativos da empresa serão usados para garantir um empréstimo junto ao setor financeiro. Além da Cedae, o estado também poderá usar fluxos futuros de royalties para conseguir outro financiamento. Ambos somarão R$ 6,4 bilhões.

Assim, o pacote todo – incluindo medidas de ajuste fiscal e empréstimos – é de R$ 26 bilhões para 2017, R$ 18,7 bilhões em 2018 e R$ 17,7 bilhões em 2019.

Meirelles afirmou ainda que, caso haja necessidade de prorrogação, o governo analisará, na ocasião, qual deverá ser o período ideal.

— Caso haja necessidade de prorrogação, será analisada a situação fiscal naquela oportunidade, para saber o que é necessário. Vai depender de uma série de coisas, o crescimento do país, a evolução das receitas do Rio, a própria evolução dos preços do petróleo. Se houver necessidade de renovação, o programa será dimensionado em função das necessidades. Pode ser que não seja necessário (renovar).




UNIÃO NÃO VAI RECORRER AO SFT PARA ANTECIPAÇÃO DOS TERMOS

A União desistiu de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) junto ao Rio para tentar uma antecipação dos termos do acordo. Meirelles lavou as mãos e disse que o Rio de Janeiro é soberano para realizar o pedido junto ao STF, caso julgue necessário.

— Cogitou-se como hipótese, a conclusão que chegamos é que cabe à União apenas encaminhar um projeto de lei complementar ao Congresso e celebrar esse acordo, caso seja aprovado pelo Congresso. O Rio de Janeiro é soberano para pedir ou não uma antecipação dos efeitos da lei ao STF, que é por sua vez soberano para decidir.Perguntado sobre se recorreria ao STF para antecipar os efeitos do acordo fechado com a União, Pezão disse que ainda não definiu o que fazer:

— Vamos ver qual é a melhor medida a ser tomada. Acabamos de assinar um termo de compromisso com o presidente Michel Temer. Vamos ver qual é o melhor caminho. Pedi ontem ao presidente (da Câmara) Rodrigo Maia para dar prioridade à análise do projeto que será encaminhado pela União.


NA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA, APENAS DOIS FAZEM OPOSIÇÃO E A FARRA CONTINUA

ALDAIR CONVOCA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA PARA APROVAR INÚMERAS CONTRATAÇÕES EM VÁRIAS ÁREAS



Foi realizada na terça feira 24/01 a primeira Sessão Extraordinária do ano na Câmara dos Vereadores de Maricá onde foram votados temas importantes a respeito da contratação nas áreas da saúde e educação, guarda-vidas para atenderem as praias, e também, um tema de extrema importância foi abordado: o reajuste do piso salarial dos professores de Maricá, este sim, de grande relevância, uma vez que no governo de Washinton Quaquá, os professores foram esquecidos e massacrados.
Foi aprovadoum aumento do piso salarial de 10% para os professores da rede municipal de educação, mas, a nota preocupante foi a enorme quantidade de contratações em várias áreas. Necessidade real, ou recolocação de pessoas em cabidões de emprego?
UM DIA A FONTE SECA!

No Facebook, Marcelo Delaroli diz que a "farra continua"


O Deputado Federal Marcelo Delaroli, ex- candidato a prefeito de Maricá, derrotado na última eleição, publicou em sua página no Facebook, poucas horas antes da realização da sessão extraordinária na câmara legislativa, um comentário sobre a pauta que posteriormente autorizou a criação de novos cargos comissionados. Confira no texto abaixo: 

"Vejo com preocupação, e indignação, essa notícia de que a Câmara Municipal vai realizar sessão extraordinária hoje (24), às 10h, onde vereadores vão votar a criação de cargos comissionados na Prefeitura de Maricá. A farra de cargos continua, além do gasto desenfreado com aumentos de salários do prefeito e secretários. Aumento aprovado pela maioria da Câmara, incluindo três vereadores que viraram secretários municipais, totalmente imoral. Mas existe oposição ao atual governo na Câmara e ela não vai se calar. É triste ver que vereadores, que deveriam lutar por melhorias para a população, estão a serviço dos abusos e absurdos do Governo do PT. Os maricaenses precisam dos serviços básicos funcionando, só com o aumento do primeiro escalão do governo daria para contratar mais de 100 pessoas. Isso tem que mudar."


A pauta foi enviada à câmara através do poder executivo. Em sessão tumultuada, a matéria foi aprovada. Dos 16 vereadores presentes (Chiquinho do Trailler não compareceu) apenas 2 vereadores votaram contra, Ricardinho Netuno (PEN) e Filippe Poubel (DEM).

Pezão assina acordo com governo federal para suspender dívidas e obter empréstimos

Socorro deve dar um alívio de R$ 10 bilhões por ano aos cofres do estado


texto e fotos: O GLOBO

O socorro da União ao Rio deve dar um alívio de R$ 10 bilhões por ano aos cofres do estado apenas com a suspensão do pagamento das dívidas com o governo federal, bancos e organismos internacionais. Segundo integrantes da área econômica, a princípio, o programa de reestruturação fiscal do Rio deve vigorar por três anos, o que significa que esse montante deve chegar a R$ 30 bilhões. O valor dos débitos, no entanto, não está perdoado. O Rio terá que quitar essas dívidas depois que suas contas estiverem saneadas.



Depois de semanas de negociações, o governador Luiz Fernando Pezão se reunirá nesta quinta-feira com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para formalizar um termo de compromisso entre o Rio e o governo federal. No documento, as duas partes se comprometem a enviar aos respectivos Legislativos projetos de lei que viabilizem o regime de recuperação das finanças fluminenses.

Durante sua vigência, que pode ser de três anos ou mais, o Rio poderá suspender o pagamento de suas dívidas e terá a ajuda do Tesouro para obter empréstimos com bancos públicos. O primeiro deles, de R$ 3,5 bilhões, seria usado para colocar em dia a folha de pagamento dos servidores.

Em troca, o estado terá que conseguir aprovar na Assembleia Legislativa medidas duras. Uma delas é sobre o aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%. Além disso, será cobrada uma alíquota adicional temporária de 8%. Originalmente, o Ministério da Fazenda queria que essa cobrança extra também valesse para os inativos que ganham abaixo do teto previdenciário (R$ 5.189) e que hoje não contribuem para o regime de aposentadorias. No entanto, diante da impopularidade da medida, a área econômica voltou atrás para não inviabilizar a aprovação do projeto.

O Rio também terá que privatizar a Cedae. De acordo com os técnicos, ela pode ser usada para garantir outros empréstimos que o Rio precisará fazer para colocar suas contas em dia. A previsão de déficit para este ano é de R$ 19 bilhões. Uma parte dos ativos da Cedae, inclusive, já poderia garantir o empréstimo inicial de R$ 3,5 bilhões. Os detalhes do programa ainda estavam sendo fechados na noite desta quarta-feira e, na manhã desta quinta-feira, as equipes voltam a se reunir.

Uma das dúvidas, segundo os técnicos, dizia respeito à fixação de um teto para os gastos públicos, outra exigência do Ministério da Fazenda. A área econômica quer que o Rio siga o modelo da União e determine que as despesas não poderão crescer acima da inflação. O problema, no entanto, está no período de vigência. A equipe de Pezão quer que a medida vigore por três anos e, a Fazenda, por um período mais longo.

Para ajudar o Rio, a União precisa alterar artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mas, para acelerar o processo, o termo de compromisso firmado com Pezão será apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se concordar, a corte poderá conceder uma liminar permitindo que as medidas sejam adotadas antes mesmo da alteração da LRF no Congresso. Há dentro do governo uma preocupação com o risco dessa estratégia ser vista como um "atropelamento" do parlamento. Mesmo assim, o entendimento é que não há como esperar mais em função da gravidade do cenário no estado.





O Tesouro Nacional divulgou nesta quarta-feira um relatório mostrando que concedeu em 2016 R$ 287,2 bilhões em garantias, sobretudo para operações de crédito. Os estados lideram a lista de mutuários: eles são responsáveis por R$ 156,7 bilhões do valor total. O Rio está no topo da lista: 14,6% de todos os avais foram fornecidos ao estado. Hoje, a conta do governo fluminense é de R$ 31,4 bilhões.

No Rio, a Alerj, que ano passado derrubou a maioria dos projetos do pacote anticrise do estado, já se prepara para receber as novas medidas de ajuste fiscal. Na abertura do ano legislativo, na próxima semana, Pezão deverá apresentar aos deputados os detalhes do plano de recuperação. O presidente da Casa, Jorge Picciani, que estará hoje em Brasília, disse que vai pedir reforço do policiamento para garantir a votação dos projetos de lei. No fim do ano passado, servidores fizeram protestos violentos na porta da Alerj contra as propostas de arrocho do governo.

- Ninguém sabe dos detalhes do plano. Eu não sei. Vou saber amanhã (hoje). De qualquer maneira, vou trabalhar no parlamento por sua aprovação, única solução a curto e médio prazos para tirar o estado da crise atual. Temos crise na saúde, na segurança - afirmou Picciani, prometendo pôr os projetos em pauta a partir do dia 2.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ministros se opõem à possibilidade de Cármen Lúcia homologar delações no recesso

Relatos indicam dúvida sobre segurança jurídica, caso presidente do STF assuma tarefa


A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, fará hoje consultas para decidir que caminho tomar em relação ao vácuo deixado pela morte do ministro Teori Zavascki no destino da Lava-Jato. Ministros da Corte ouvidos pelo GLOBO criticaram ontem a possibilidade de Cármen Lúcia avocar para si a homologação da super delação de executivos da Odebrecht ainda no recesso judiciário que vai até o dia 31 de janeiro. A opção está sendo analisada pela presidente do Supremo, conforme O GLOBO informou ontem.

Alegam que a homologação antes da conclusão do trabalho dos juízes auxiliares deixaria o processo vulnerável a questionamentos legais, e o caminho mais seguro é ela fazer a redistribuição imediatamente, ainda no recesso, sorteando um novo relator definitivo. O regimento do Supremo, em seu artigo 68, afirma que uma redistribuição do processo a um novo relator pode ser feita “se o requerer o interessado ou o Ministério Público”. Por isso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve se encontrar hoje com Cármen Lúcia, para debater os cenários antes de decidir se fará este pedido da urgência.

O ministro Marco Aurélio Mello argumenta, entretanto, que não há necessidade de provocação do Ministério Público e que a própria Cármen Lúcia pode definir essa urgência, redistribuindo a relatoria, aproveitando a equipe que já vinha trabalhando com Teori para não levar o processo da delação de volta à estaca zero. Mas diz que não há urgência que justifique a presidente do Supremo avocar para si a homologação ainda durante o recesso, sem conhecer a fundo o processo e as ressalvas que Teori faria em sua decisão final.

— O importante agora é a redistribuição imediata da relatoria. A ministra Cármen pode e deve fazer isso. Mas avocar não pode. Avocar por quê? Começaria mal esse processo de substituição do ministro Teori. A avocação é um instituto do regime de exceção. Usar isso agora? Somos todos democratas por excelência. Não que eu não acredite no taco da presidente. Mas não convém inverter a ordem natural do processo — diz Marco Aurélio Mello.

Cármen Lúcia, segundo ministros com quem conversou no fim de semana durante o funeral de Teori, avalia a alternativa de avocar a responsabilidade de validar os depoimentos, mas estaria ainda insegura sobre essa opção. Embora seja esse um clamor de parte da sociedade que teme atraso na Lava-Jato. Um desses ministros observa que o julgamento da Lava-Jato no Supremo já é uma matéria polêmica demais e a avocação seria um risco novo para aumentar os questionamentos.

Antes de conversar com Janot, a primeira conversa de Cármen Lúcia deverá ser com o ministro decano Celso de Mello, com quem ela se aconselha em todas as decisões mais polêmicas. Celso de Mello integra a segunda turma, responsável pela Lava-Jato e era o ministro revisor de Teori.

— A ministra Cármen Lúcia tem dúvidas se a avocação não seria uma atitude muito arriscada. As partes envolvidas poderiam questionar. E sabemos que o ministro Teori questionava uma série de coisas do que já tinha sido adiantado pela equipe de juízes auxiliares nos depoimentos da delação da Odebrecht. Ele, em sua decisão, faria ressalvas que poderiam possibilitar inclusive o reexame da matéria. Portanto a ministra não teria como fazer uma homologação automática — disse, ao GLOBO, um segundo ministro do Supremo.

Os documentos das delações da Odebrecht que estavam sendo analisados pelos juízes auxiliares sairão do gabinete de Teori e serão devolvidos à sala-cofre do tribunal. Mesmo no recesso, eles vinham atuando em regime de esforço concentrado, analisando os documentos e cerca de 800 depoimentos de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Havia a expectativa de que a decisão de homologar ou não as delações seria tomada em fevereiro pelo ministro Teori. Os delatores seriam ouvidos para comprovar que decidiram colaborar sem coações e assistidos por advogados. Com a morte de Teori, a relatoria fica indefinida e, portanto, os servidores não poderão continuar examinando o material.

Por outro lado, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu que Cármen faça ela própria a homologação ou não da delação da Odebrecht. “A sociedade brasileira exige definição imediata sobre os rumos da principal investigação em curso no país, a Lava-Jato. Não é cabível que, em situações excepcionais como esta, se aguarde o fim do recesso para que tal providência seja tomada. É fundamental para o país que a ministra Carmén Lúcia, desde já, decida sobre a homologação ou não das delações. Não há tempo a perder. É o que a sociedade brasileira espera”, afirmou Lamachia, em nota.

Substituição na segunda turma


Além da distribuição da relatoria da Lava-Jato, é preciso definir quem substituirá Teori na segunda turma, composta por Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Pelas regras, o primeiro da fila para ocupar a vaga seria o ministro Marco Aurélio Mello. Mas ele declinou de migrar da primeira para a segunda turma, com a vaga aberta pela ida de Lewandowski para a presidência. Agora, no entanto, ele não descarta a ida para a segunda turma, podendo inclusive ser o sorteado para a relatoria da Lava-Jato.

Com a morte de Teori, Celso de Mello também perde a condição de relator-revisor, e seu substituto depende de quem for o novo relator.

— Vou ser consultado novamente pela ministra Cármen Lúcia. Faz parte da liturgia. Como sou o primeiro da fila, depois é o ministro Fux, quem sabe agora eu não queria migrar? — diz Marco Aurélio.

Os documentos das delações da Odebrecht que estavam sendo analisados pelos juízes auxiliares sairão do gabinete de Teori e serão devolvidos à sala-cofre do tribunal. Mesmo no recesso, eles vinham atuando em regime de esforço concentrado, analisando os documentos e cerca de 800 depoimentos de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Havia a expectativa de que a decisão de homologar ou não as delações seria tomada em fevereiro pelo ministro Teori. Os delatores seriam ouvidos para comprovar que decidiram colaborar sem coações e assistidos por advogados. Com a morte de Teori, a relatoria fica indefinida e, portanto, os servidores não poderão continuar examinando o material.

Por outro lado, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu que Cármen faça ela própria a homologação ou não da delação da Odebrecht. “A sociedade brasileira exige definição imediata sobre os rumos da principal investigação em curso no país, a Lava-Jato. Não é cabível que, em situações excepcionais como esta, se aguarde o fim do recesso para que tal providência seja tomada. É fundamental para o país que a ministra Carmén Lúcia, desde já, decida sobre a homologação ou não das delações. Não há tempo a perder. É o que a sociedade brasileira espera”, afirmou Lamachia, em nota.


sábado, 21 de janeiro de 2017

Temer diz que só indicará substituto de Teori após escolha do novo relator da Lava-Jato

Temer diz que só indicará substituto de Teori após escolha do novo relator da Lava-Jato


O presidente Michel Temer disse neste sábado que só vai indicar o nome do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) depois que a Corte escolher quem será o novo relator dos processos da Operação Lava-Jato. A declaração foi dada em Porto Alegre, onde Temer acompanhou o velório do ministro Teori Zavascki.


A declaração de Temer demostra que o presidente não concorda que o substituto de Teori deva assumir o comando dos processos da Lava-Jato, uma das possibilidades levantadas pelo regimento do STF. A proposta levantada por Temer é de que o Supremo faça um sorteio entre os ministros para redistribuir os processos que estavam sob responsabilidade de Teori.
- Só vou indicar (o novo ministro) após indicação do relator.
Ao falar sobre o ministro, morto quinta-feira em um acidente áereo em Paraty, Temer declarou que ele é um "exemplo a ser seguido":
- Teori era um homem de bem, e o que o Brasil precisa cada vez mais é de homens com a competência pessoal, moral e profissional do ministro Teori.
Questionado sobre alguma preferência na sucessão de Teori, o ministro das relações exteriores, José Serra, disse que isso é responsabilidade de Temer. Ele também lamentou a perda:
- Sinônimo de equilíbrio, preparo e isenção. Uma perda imensa, um capricho do destino que nos deixa consternados.

O presidente chegou no início da tarde no Tribunal Regional Federal da 4ª Regiao, em Porto Alegre, onde acontece o velório do corpo do ministro do STF. Ele estava acompanhado dos ministros da Justiça, Alexandre de Moraes, e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, e dos governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Ivo Sartori, do Rio Grande do Sul.




O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Sanseverino afirmou que a relatoria dos processos deveria ficar com um ministro que já compõe o Supremo. Ele também defendeu que a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, faça a homologação da delação da Odebrecht, que já estava sendo encaminhada pela equipe de Teori.
— Acho que não se deve deixar a relatoria para o ministro que for assumir. Seria uma situação política extremamente delicada. Vários senadores estão sendo investigados na Lava-Jato. Isso criaria uma situação embaraçosa politicamente, com as pessoas que vão ser julgadas — disse Sanseverino.
Muito emocionado, o ministro Dias Toffoli lamentou a morte do ministro, a quem descreveu como um amigo pessoal. Questionado sobre o futuro da análise dos processos da Operação Lava-Jato, Dias Toffoli respondeu apenas que "não é momento de se conversar sobre isso".
- Pudemos desfrutar da amizade dele. É uma perda pessoal que nos abala. Estamos ainda sofrendo muito com essa passagem - afirmou o ministro, com a voz levemente embargada. - É uma perda para a nação brasileira. A serenidade, a simplicidade a humildade dele marcarão para sempre a Justiça brasileira.




O juiz federal Sérgio Moro, responsável por julgar os processos da Lava-Jato na primeira instância, foi uma das primeiras autoridades do meio jurídico a chegar ao velório. Em breve declaração à imprensa, Moro disse que Teori foi um 'verdadeiro herói".
- Pela relevância, importância dos serviços que ele prestava, pela situação difícil desses processos, ele foi um verdadeiro herói. Há uma grande desolação da magistratura - declarou Moro.
Amigo de Teori há mais de 40 anos, o ex-presidente do Grêmio e ex-deputado estadual Paulo Odone disse que o ministro não dava importância a ameaças, recebidas principalmente por meio de redes sociais, e trabalhava nos processos da Lava-Jato mesmo durante uma viagem à praia, na semana passada.
— O que ele disse que teve de pressão foram os radicalismos das redes sociais, principalmente quando deu despacho em relação ao Lula (o ministro anulou a validade de escutas telefônicas entre os ex-presidentes Lula e Dilma), em relação ao impeachment. Fizeram ameaças pela rede social, protesto na frente do edifício dele aqui em Porto Alegre. Fizeram ameaças de morte, coisa assim, contra filhos, a ele. Mas isso passou também — disse Odone.
O sepultamento do corpo do ministro do STF está marcado para as 18h no Cemitério Jardim da Paz, também na capital gaúcha.



Morte de Teori Zavascki não pode paralisar processos da Lava Jato, diz Marco Aurélio Mello

Colega de Teori Zavascki lamentou a morte do magistrado: 'Era uma pessoa dedicada ao ofício de julgar, que somava ao Supremo Tribunal Federal'


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello (foto acima) disse que a morte de seu colega Teori Zavascki não pode fazer com que os processos que eram de responsabilidade do magistrado fiquem em espera, incluindo os inquéritos da Operação Lava Jato na Corte.

"Pela minha ótica, os procedimentos urgentes sob ofício de Teori Zavascki devem ser imediatamente redistribuídos", afirmou em entrevista à BandNews FM.

Uma das interpretações do regimento da Corte indica que a relatoria passa a ser do ministro escolhido para substituí-lo, o que depende da indicação do presidente e da aprovação do Senado.

Marco Aurélio, porém, defende a redistribuição para outros ministros da Suprema Corte.

Marco Aurélio lamentou ainda a morte de Teori. "Sinto muito a morte do colega e, acima de tudo, do amigo".

O ministro definiu o colega como uma pessoa reservada, dedicada ao ofício de julgar e que somava ao Supremo Tribunal Federal. "Era um homem que se relacionava com todos de uma forma muito positiva. Foi uma surpresa para todos, uma perda muito grande", afirmou.


Teori tinha 68 anos e era o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O ministro iria homologar delações da operação no mês que vem.